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"Criação" e as casas de Charles Darwin

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Criação  ( Creation , 2009) nos apresenta à fase da vida do naturalista inglês  Charles Darwin  (1809-1882) em que ele tenta se recuperar da perda de sua filha mais velha, Anne Elizabeth, e escrever um dos livros mais revolucionários de todos os tempos, A origem das espécies . Do começo ao fim, o filme dirigido por Jon Amiel intercala as memórias do cientista, aqui interpretado por Paul Bettany, dos tempos em que ele esteve a bordo do navio Beagle (e que rendeu o interessante relato A viagem do Beagle ) com as suas lembranças da filha querida (Martha West). O filme também explora a tensão entre Darwin e a sua esposa, Emma (vivida por Jennifer Connelly, esposa de Bettany). Acontece que a anglicana Emma tinha ideias contrárias às do marido em relação ao surgimento do Universo e dos seres que habitam nele: ela acreditava na religião; ele, na ciência. Mas ambos se amavam e concordavam em algo fundamental para a sua união: eles queriam permanecer juntos. Por isso, numa demonstração de amor

Camden em "Back to Black"

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"Back to Black", o filme Inspirado no título de uma das melodias mais marcantes que existe, Back to Black  (2024) é um filme sobre uma das intérpretes e compositoras mais talentosas de sua geração  Amy Winehouse , que ganhou vida e voz através da competente atriz Marisa Abela. Por cerca de duas horas, esse drama biográfico, dirigido por Sam Taylor-Johnson e roteirizado por Matt Greenhalgh, nos mostra um pouco do universo de Amy, começando pouco antes dela assinar contrato com a produtora Island Records e seguindo os seus passos até o seu final, aos 27 anos de idade.  Os pontos mais destacados da história de Amy são esses:  a importância para a jovem de viver as suas músicas antes de escrever as letras delas, o que permitiu que o roteiro do filme fosse pontuado com canções que explicam cada momento - de alto e de baixo - da sua vida; o amor e a admiração de Amy pela sua avó materna, Cynthia (Leslie Manville), de quem herdou boa parte do gosto musical e a inspiração para o belo

Audrey Hepburn, sempre!

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  No ano de 1929, neste mesmo dia e mês, nasceu uma garotinha em Bruxelas que se transformou numa das atrizes mais celebradas do cinema e numa das mulheres mais admiradas de todos os tempos: a adorável Audrey Hepburn! Desde sempre, Audrey foi uma cidadã do mundo e teve uma vida digna de um roteiro de cinema. Abandonada pelo pai quando criança, ela passou a infância no eixo entre Bélgica e Inglaterra e, depois, quando as bombas da II Guerra Mundial explodiram em seu país, mudou-se com a mãe para a Holanda.  Ao final do conflito mundial, já com 19 anos, Audrey foi estudar balé em Londres para tornar-se uma bailarina profissional. No entanto, o seu biotipo, prejudicado pelas privações passadas no período da guerra, impediram-na de realizar esse sonho. Ela começou, então, a trabalhar no teatro local e a fazer pontas em alguns filmes produzidos pelo Ealing Studios . Foi ali onde a jovem se destacou, ganhou espaço aos poucos, conheceu as pessoas certas e abraçou, de vez, a carreira de atriz.

Hitchcock em Manhattan: "Intriga Internacional" (1959)

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Fotos: divulgação Metro Goldwyn Mayer (MGM) Roger Thornhill (Cary Grant) é um publicitário muito ocupado com a sua posição de prestígio numa badalada agência da Madison Avenue, o endereço mais famoso da indústria publicitária americana (quem assistiu a série de tevê Mad Men sabe do que eu estou falando). Para ajudá-lo com seus inúmeros compromissos, ele conta com o apoio da eficiente Srta. Townsend (Josephine Hutchinson); e é passando uma série tarefas para ela que Thornhill aparece, pela primeira vez, em Intriga Internacional  ( North by Northeast , 1959). Na cena, chefe e secretária deixam o prédio onde trabalham, no  650 Madison Avenue , e pegam um taxi rumo ao The Plaza Hotel , onde Thornhill deve se encontrar com clientes no  The Oak Room (o mesmo onde Al Pacino almoça em Perfume de Mulher ). Ao chegar no restaurante, algo surreal acontece com o famoso publicitário: ele é confundido com um tal de George Kaplan, um agente secreto do governo americano que, supostamente, está hospe

Hitchcock em Manhattan: "Festim Diabólico" (1948)

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Fotos e poster: divulgação Warner Bros. Tarde de primavera no Central Park. Os namorados David (Dick Hogan) e Janet (Joan Chandler) conversam um pouco e se despedem prometendo encontrar-se, logo mais, no apartamento dos amigos Brandon (John Dall) e Phillip (Farley Granger), durante um jantar que será oferecido por eles.  David chega primeiro no belo apartamento de Brandon e Phillip, com sua bela vista para os prédios de Manhattan. Os anfritiões, que já planejavam cometer o que consideravam o crime perfeito, matam o rapaz "intelectualmente inferior a eles" sufocando-o com uma corda. Depois disso, escondem o seu corpo num baú exposto no meio da sala e, para tornarem o jantar ainda mais "divertido", decidem colocar a comida a ser oferecida aos demais convidados em cima do móvel. A governanta Sra. Wilson (Edith Evanson) chega ao local e, em seguida, Janet e os demais convidados: Kenneth (Douglas Dick), Sr. Kentley (Cedrick Hardwick) e Sra. Atwater (Constance Collier), r

Hitchcock em Manhattan: "Janela Indiscreta" (1954)

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  Fotos: distribuição Universal Pictures Janela Indiscreta ( Rear Window , 1954) é um dos meus filmes favoritos de Alfred Hitchcock. Ele tem suspense, comédia, bons diálogos, excelentes atuações, personagens cativantes e muito mais. E o mais interessante é que isso acontece dentro de um espaço, praticamente, fechado: a vizinhança de alguns edifícios localizados no Chelsea, em Manhattan; o bairro mais famoso de Nova York. A história é a seguinte: o fotógrafo aventureiro L.B.Jefferies (James Stwart) sofreu um acidente de trabalho, teve uma perna engessada e precisou ficar de repouso em casa, o que significa um verdadeiro sofrimento para ele. Como não pode fazer nada, o homem passa os dias recebendo os tratamentos de sua enfermeira, Stella (Thelma Ritter), as visitas de sua bela namorada, Lisa (Grace Kelly), e observando a vida dos seus vizinhos através de sua janela. Ali, acomodado em sua cadeira de rodas, o fotógrafo voyer acompanha a tristeza e desventuras da vizinha que ele chama de

"Bob Marley: One Love" na rota Kingston - Londres

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  Ontem fui assistir Bob Marley: One Love  (2024), o filme dedicado à lenda do reggae Robert Nesta Marley (1945 - 1981), mais conhecido como Bob Marley por quase todos os seres humanos do planeta. Antes do filme, eu o conhecia mais como artista e compostor de hits famosos como " No Woman, No Cry " e sabia que ele militou pela paz para o povo pobre e oprimido da Jamaica. No entanto, eu desconhecia os detalhes de sua história e tudo o que ele passou e viveu antes de se tornar um dos nomes mais conhecidos e respeitados do universo musical.  No filme, o ator inglês  Kinsley Ben-Adir tem a responsabilidade de dar vida a Bob Marley desde o momento em que ele sofre um atentado, em 1976, dentro de sua casa e espaço onde treinava com os membros de sua banda, The Wailers , até a noite de 22 de abril de 1978, quando ele sobe no palco do Estádio Nacional da capital da Jamaica, Kingston, para apresentar-se, gratuitamente, para os seus conterrânios. O nome do show? One Love Peace Concert

"Priscilla" Presley por Sofia Coppola

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  Poster e foto: divulgação Sony Pictures. Com o título Priscilla  (2023), a diretora Sofia Coppola deixa claro que esse é um filme sobre a vida de Priscilla Beaulieu com o mito Elvis Presley, sob o ponto de vista da própria Priscilla.  Inspirada pelo livro autobiográfico Elvis and me *, Sofia inicia a sua história no ano de 1959, quando a novaiorquina do Brooklyn (interpretada por Cailee Spaeny) tinha14 anos de idade e foi apresentada ao já famoso cantor de rock Elvis Presley (Jacob Elordi), então com 24 anos. Além de belos, esses dois americanos tinham em comum o fato de viverem num país distante de tudo que conheciam e gostavam; um fato que os aproximou imediatamente.  A história continua acompanhando Priscilla desde quando ela vai viver em  Graceland , a mansão de Elvis - primeiro, como namorada dele e, depois, como sua esposa - e termina em 1972, quando a jovem põe um fim no casamento mais badalado do século XX (pelo menos até 1983, quando a princesa Diana e o príncipe Charles apa

"Os Rejeitados" num natal em Massachusetts

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Fotos do filme: divulgação Focus Features O filme Dezembro de 1970. Faltando poucos dias para o Natal, os alunos da Barton Academy preparam-se para as festividades do final de ano. Todos deixam o campus, exceto cinco deles, cujos pais, por um motivo ou por outro, não podem tê-los consigo durante as férias. Esses garotos ficam naquela escola triste e quase vazia, sendo monitorados pelo professor de História Antiga, Paul Hunham (Paul Giamatti), um homem exigente e de personalidade muito difícil. Ou seja, um cenário nada estimulante para jovens cheios de energia e vontade de curtir um pouco de liberdade depois de um longo período de aulas. Não demora muito para o pai de um dos meninos ir buscá-lo para esquiar em Aspen e conseguir a permissão dos pais de outros 3 garotos para levá-los com ele. O único que não pode deixar a 'prisão escolar' é Angus (Dominic Sessa), cuja mãe não retorna o contato do professor Hunham. Sendo assim, a Barton Academy fica habitada por três tipos distinto

Especial Audrey Hepburn: "Bonequinha de Luxo"

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    ( Breakfast at Tiffany's , 1961, direção de Black Edwards, Paramount Pictures) É madrugada na Quinta Avenida quando um táxi para na frente da Tiffany & Co . Dele sai a bela  Holly Golightly (Audrey Hepburn) , vestindo um longo preto, óculos esculos e uma tiara brilhante. Parada ali, a jovem saboreia o seu café da manhã enquanto admira as lindas joias através das imensas vitrines. Minutos depois, podemos entender o significado daquela joalheria para a personagem. "Sabe aqueles dias tristes? Fico deprimida quando engordo ou quando chove. Fico triste e só. Os dias tristes são horríveis. Você tem medo e não sabe do quê. Só consigo me livrar disso pegando um táxi até a Tiffany´s. Isso logo me acalma. Naquele lugar tranquilo e sofisticado nada de mau pode acontecer." Mas não se iluda com essa frase melancólica, pois Holly Golightly pode ser tudo, menos uma mulher depressiva ou convencional. Para você ter uma ideia, ela toma champagne no café da manhã, dá festas de arrom